segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Iglesias: Hegemonia, Gramsci e eleições na Espanha

Por Pablo Iglesias, secretário-geral do Podemos | via Outras Palavras

Uma pesquisa eleitoral surpreendente sacudiu o panorama político da Espanha, na última sexta-feira. Segundo o jornal “El País”, candidatos apoiados pelo movimento-partido Podemos podem ganhar, nas eleições municipais do próximo domingo, as prefeituras das duas principais cidades do país. Em Barcelona, Ada Colau, líder do movimento contra o despejo dos moradores impossibilitados de pagar prestações de suas casas, lidera a disputa. Na capital, Madri, outra mulher, a jurista Manuela Carmena, conhecida por longa atuação em favor dos presos políticos do franquismo e das causas trabalhistas, está em segundo lugar, em forte arrancada.
As tendências ainda podem ser revertidas. Há, segundo as mesmas sondagens, entre 30% e 45% de indecisos. Mas alguns fenômenos destacam-se. O primeiro é a aparente consolidação do Podemos. Depois de despontar meteoricamente no cenário político, em janeiro de 2014, o movimento sofreu ataque intenso da mídia. Nos últimos meses, seus líderes foram “acusados” incessantemente de chavismo, populismo e… anarquismo. Se os ataques não “colaram”, é porque uma importante parcela da opinião pública tornou-se pouco suscetível à propaganda dos jornais e TV.

PARA QUE O PSOL NÃO VOLTE A SER PT

por José Silva
A prisão do tesoureiro do PT João Vaccari Neto nesta quarta feira, 15 de abril,pelo esquema do Juiz Moro de criminalização do Partido dos Trabalhadores fecha um ciclo bastante esclarecedor de como as empresas privadas fazem suas “doações” a campanhas eleitorais e, ao mesmo tempo, inicia-se outro que é a de juntar todos os fios soltos e uni-los ao Palácio do Planalto.

A nós resta a expectativa de que o tal juiz paranaense, reúna provas contundentes de que de fato a campanha da presidenta Dilma Rousseff tenha sido financiada com o dinheiro sujo de propinas e afins a tal ponto que torne os pareceres do TSE e STF improcedentes.

A sim sendo, perde Dilma Rousseff o mandato e o PT o registro partidário.

Talvez seja esse o propósito das investigações de Moro, ou talvez sua intenção seja apenas sangrar o Partido dos Trabalhadores até a sua morte eleitoral, como fazem certos predadores que ferem mortalmente a sua pressa e esperam pacientemente que ela sucumba até a morte.

De qualquer forma e modo, o PT e sua infinidade de parlamentares ficam aí a deriva em um partido próximo do naufrágio.

O PT de Dilma e principalmente de Lula pisou no prego do clientelismo e fisiologismo que tão retoricamente combatiam e furou. Furou deixando órfãos alguns milhares de militantes que entre o aturdido e o incrédulo buscam se apoiar em outro partido político que os contemplem em toda a sua complexidade.

Assim, neste contexto de morte anunciada, o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade – surge como uma opção provável e até desejável por muitos que ficaram no barco petista até o seu naufrágio final deflagrado pelo iceberg paranaense.

O PSOL, um partido fundado, quase que exclusivamente por ex petistas, é justamente uma reação a essa “escola” política de os fins justificarem os meios a todo o custo.

O PSOL busca na prática diária de seus membros e parlamentares um modo de coexistir de forma coerente e ética com a política que aí está e como à princípio esperava-se que o PT o fosse.
Mas o PT não é e talvez o PT nunca tenha sido.

Mas fato é que no PSOL encontram-se um grande numero de ex petistas traídos em suas expectativas e que nas reuniões partidárias, tal qual um centro de terapia de grupo, juntam-se e choram as suas mazelas.

Nada contra determinados depoimentos que nos levem a reflexão de prevenir os mesmos no futuro, mas o fato é que uns cem números de depoimentos pessoais não levam a nada a não ser ao tédio e a desagregação.

Urge, caso a possibilidade aconteça – de antigos parlamentares petistas baterem à porta do PSOL em busca de abrigo partidário – criarem-se critérios de filiação que não levem em conta apenas o desejo de adesão ao partido, mas também a prática parlamentar anterior à desfiliação petista.

Ao acolher ex petistas, principalmente parlamentares, objetivando apenas aumentar a bancada e militância, o Partido do Socialismo e da Liberdade corre um grande risco de junto a eles incorporar antigas práticas que foram abolidas pelo PSOL e assim, com o tempo, se perder de seus compromissos iniciais de transparência e ética


segunda-feira, 4 de maio de 2015

O governo do Paraná tem dez dias para responder quanto gastou em spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha no dia 29 de abril.

O governo do Paraná tem dez dias para responder quanto gastou em spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha no dia 29 de abril. A determinação consta nos ofícios 73 e 74/2015 do Ministério Público de Contas (MPC), assinados no dia seguinte ao confronto entre policiais militares e pessoas impedidas de acompanhar a votação de projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
Livre.jorteve acesso à íntegra dos ofícios, reproduzidos logo abaixo, cuja autenticidade foi confirmada hoje pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) – órgão ao qual o MPC é vinculado. No documento, Michael Reiner, procurador-geral do Ministério Público de Contas, intima o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Francischini, e o chefe da Casa Militar, Adilson Casitas, a fornecerem essas informações.
O documento questiona ainda quantos policiais participaram da operação do dia 29 de abril, se eram de Curitiba ou se foram deslocados do interior para cá com o intuito de participar do cerco da Alep. Nesse último caso, pergunta quantos PMs ficaram nas cidades de origem. Dos que se deslocaram, o MPC quer saber o valor das diárias e onde os membros da Polícia Militar ficaram alojados.
A estimativa de quanto armamento não-letal foi gasta é um dos itens dos ofícios, que cita expressamente a necessidade do Estado informar despesas com spray de pimenta, gás lacrimogênio e balas de borracha – “indicando os totais utilizados”.  Por último, pede que seja confirmada, ou desmentida, a informação sobre suposta prisão de policiais que se opuseram a participar da operação. Se confirmada, o MPC solicita nome e patente dos PMs, assim como descrição das providências adotadas.
O próprio TCE divulgou, nesta terça-feira (4), que o MPC passaria a investigar o ocorrido no dia 29 de abril, “sob os aspectos orçamentários e administrativos” – mais de 200 pessoa feridas, das quais cerca de 20 policiais, num confronto em praça pública que rende notícias nacionais desde a semana passada.
“Quanto à alteração na composição dos fundos do Paranaprevidência, aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado, o MPC também está tomando medidas atinentes ao exame da sua constitucionalidade e do impacto na saúde financeira do Estado (no médio e longo prazo). Outro aspecto a ser analisado são as possíveis repercussões negativas da decisão na estruturação das carreiras de Estado”, diz nota divulgada nesta segunda-feira.
Parte dessas questões levantadas pelo MPC já havíamos registrado no pedido de informações 19143/2015, para o qual aguardamos resposta do governo do Paraná. Outras foram sugeridas por leitores, como o dinheiro público gasto com munição não-letal, mas que agora estão contempladas pelos ofícios do Ministério Público de Contas. Vamos acompanhar o desenrolar da história e divulgar assim que soubermos.