Há uma semana, Unicef publicou relatório no qual acusa Israel de maus-tratos contra menores palestinos presos
Um vídeo divulgado pela ONG de direitos humanos
B’Tselem mostra soldados israelenses detendo crianças palestinas que seguiam
para a escola nesta quarta-feira (20), em Hebron. Nas imagens, os oficiais
agarram e espancam os jovens, que tentam desesperadamente se desvencilhar da
prisão. Em uma das cenas, uma criança chora enquanto estende os braços em
direção ao pai.
Em Israel, a prisão de crianças
maiores de 12 anos é autorizada pela lei militar. A legislação define que
crianças com menos de 14 anos não podem ser condenadas a mais de seis meses de
cadeia. Na maioria dos casos, as penas ficam entre duas semanas e dez meses.
O flagrante de agressão, filmado
por um ativista estrangeiro, foi condenado pela B’Tselem, que demandou
“intervenção urgente” para libertar as 20 crianças detidas, que têm, de acordo
com a ONG, “entre oito e 10 anos” de idade.
Relatório
Coincidentemente, dia 13 de
março, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançou relatório no
qual acusa Israel de maus-tratos contra menores palestinos presos. "Em
nenhum outro país as crianças são sistematicamente julgadas por tribunais
militares para menores que, por definição, não fornecem as garantias
necessárias ao respeito dos direitos deles", enfatiza o documento.
O Unicef avalia em "cerca de
700 por ano o número de crianças palestinas de 12 a 17 anos, em sua maioria
meninos, presos, interrogados e detidos pelo exército, a polícia e os agentes
de segurança israelenses".
"Esses maus-tratos incluem a
prisão de crianças na casa delas entre meia-noite e 5h por soldados armados de
maneira pesada, o fato de vendar as crianças e amarrar suas mãos", segundo
o relatório, que também cita "confissões forçadas e ausência de acesso a
um advogado ou a membros da família durante o interrogatório".
"Essas práticas violam o
direito internacional que protege as crianças contra os maus-tratos quando elas
entram em contato com as forças da ordem e instituições militares ou
judiciárias", conclui o documento.
*Opera Mundi
*Opera Mundi
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