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Antonio Mello |
Não foi o que disse uma
jornalista da Globonews em um curso na Petrobras, de que participou o
jornalista e blogueiro Daniel Dantas. Em seu blog, Dantas conta que participou
por três meses de curso de Comunicação Empresarial, como exigência da empresa
(o destaque em negrito é meu):
Estivemos com uma jornalista de
rádio (CBN), de impresso (Agência Estado) e tevê (Globonews).
As aulas com essas três
profissionais ocorreram na semana seguinte ao primeiro turno eleitoral de 2006
- que ocorreu em 01 de outubro. Dois
dias antes da eleição, ocorreu a tragédia com o vôo 1907 da Gol, que caiu
matando todos os 154 passageiros e tripulantes após o choque com um jato
privado.
A segunda-feira nos alcançou a
todos ainda chocados com o acidente.
Lembro que estava no quarto de
hotel assistindo o Jornal Nacional que só falava das fotos vazadas pelo
delegado Bruno do dinheiro que petistas usariam para comprar o dossiê Vedoin
contra Serra - foram presos em meados de setembro, no escândalo conhecido como
"dos aloprados".
Logo após o fim do jornal, após o
primeiro break da novela das nove, William Wack entrou em plantão informando o
desaparecimento da aeronave.
Algum tempo depois, a Globo foi
acusada de ter manipulado a edição do jornal para prejudicar a candidatura de
reeleição do presidente Lula. Raimundo
Pereira assinou uma matéria na Carta Capital afirmando que a emissora já sabia
do acidente da Gol antes do início do Jornal Nacional mas preferiu segurar a
informação para valorizar a divulgação das fotos do dinheiro na edição do
jornal.
Só então fez sentido um fato
ocorrido na aula com a representante da Globonews, ocorrida ainda na
segunda-feira, 02 de outubro. Eu mesmo perguntei a ela como a Globonews lidava
com a matriz com respeito a possíveis furos jornalísticos. A jornalista nos explicou que a Globonews não
dá furos, mas os segura para a Globo.
Eles podem até fazer um aprofundamento mais detalhado que a matriz, mas
sempre os furos pertencem à Globo.
Nessa hora, ela usou como exemplo
o caso do acidente da Gol. Segundo seu
relato, a redação da Globonews já sabia do acidente desde o início da noite,
mas houve uma orientação da direção da emissora para segurar qualquer notícia
até que a própria Globo noticiasse.
Assim, quando William Wack interrompeu a programação normal informando o
desaparecimento do avião, a Globonews entrou com uma pauta já bastante adiantada
no aprofundamento da notícia. [leia a postagem completa aqui]
Esse depoimento da jornalista da
Globonews confirma tudo o que a
blogosfera suspeita há tempos e que foi relatado por repórteres da própria
emissora, alguns deles que saíram de lá por não concordarem com a manipulação
do noticiário sob ordem de Ali Kamel.
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