Andréa Neves: A Dama de R$ 2 Bilhões de Reais
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| Andrea Neves |
Sem divulgar os beneficiados nem obedecer a qualquer regra, Andréa distribuiu verba de publicidade capaz de construir outra Cidade Administrativa
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| Por Novo Jornal |
Até então acusada pela censura,
que vem desde 2003 ocorrendo sobre a imprensa mineira e nacional, evitando que
notícias desfavoráveis a imagem de seu irmão, Aécio Neves, sejam publicadas,
Andréa é dona de um comportamento considerado por seus críticos como inadequado
para função que exerce devido seu temperamento. Andréa Neves vem colhendo
críticas por controlar com mão de ferro a distribuição das verbas de
publicidade do Governo de Minas.
Segundo defensores da liberdade
de imprensa, a distribuição de verba por Andréa Neves tem objetivado apenas à
subserviência editorial. Embora jornalista por formação, não é bem vista pela
categoria que a identifica como fonte de perseguição sobre seus colegas. A ela
é atribuída a queda e demissão de diversos editores e jornalistas após a posse
de Aécio no governo de Minas Gerais. Em 2003, o Portal CMI Brasil publicou a
seguinte matéria;
“Perseguição política de volta ao Palácio da Liberdade.
Por SJPMG 16/08/2003
Denúncias têm sido encaminhadas à
diretoria do SJPMG dando conta da interferência direta de auxiliares diretos do
governador no dia-a-dia das redações e ingerência nos assuntos internos de
empresas de comunicação social.
"A divulgação de informação
precisa e correta é dever dos meios de comunicação pública, independente da
natureza de sua propriedade" (Artigo 2.º do Código de Ética dos
Jornalistas Brasileiros) "O compromisso fundamental do jornalista é com a
verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos
acontecimentos e sua correta divulgação". (Artigo 7.º).
Uma prática comum durante a
ditadura militar parece estar de volta a Minas Gerais: perseguição política a
jornalistas que contrariam os efêmeros detentores do poder.
Apesar de o governador Aécio
Neves ter afirmado - na Casa do Jornalista, durante a posse da diretoria do
Centro de Cronistas políticos - ter o maior apreço e respeito pela imprensa e
seus profissionais a prática vem demonstrando exatamente o contrário.
Denúncias têm sido encaminhadas à
diretoria do SJPMG dando conta da interferência direta de auxiliares diretos do
governador no dia-a-dia das redações e ingerência nos assuntos internos de
empresas de comunicação social.
Exemplos dessa interferência
estão na censura, do “Estado de Minas”, em matéria da Vara da Infância que
mostrava o descaso do Governo para com a questão da infância no Estado, e
censura à coluna de Cláudio Humberto, reproduzida pelo “Hoje em Dia”, e
demissões de jornalistas na TV Globo e Rádio Itatiaia.
De acordo com o Juiz da Infância,
Dr. Tarcísio Martins Costa, matérias da Vara da Infância, que demonstravam
descaso e insensibilidade do Estado não foram publicadas pelo jornal Estado de
Minas, porque comprometiam a imagem do governador.
Estas matérias diziam respeito à
violência , tráfico de drogas e aos cortes promovidos pelo Estado em convênios
com entidades assistenciais, que comprometiam inclusive a alimentação de
crianças e adolescentes”.
Vista por alguns como “anjo da
guarda” do irmão Aécio Neves, Andréa transformou-se nos últimos meses, diante
das denúncias apresentadas pelos deputados estaduais Rogério Correia (PT) e
Sávio Souza Cruz (PMDB), em investigada pela Procuradoria Geral da República e
Receita Federal. Andréa é acusada de operar um esquema de transferência de
verba de publicidade do governo de Minas para empresas pertencentes a ela e a
seu irmão.
Matéria do Novojornal,
"Ocultação de Patrimônio". Laranja complica Aécio e Andréa Neves,
demonstra que “seus negócios” já haviam sido detectados e citados anos atrás
nas investigações do “Mensalão do PSDB” pela Polícia Federal, após determinação
do Ministro Joaquim Barbosa, atual presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF).
Na elaboração da matéria,
“Contrabando de Nióbio estaria financiando Rede Globo Minas”, não foram poucas
as vezes que nossa reportagem deparou com sua participação. Prosseguindo na busca de novos fatos,
Novojornal deparou com uma enorme movimentação de verba de publicidade. Andréa
Neves, nos últimos 10 anos, administrou um orçamento superior a qualquer
investimento em publicidade pela iniciativa privada no País.
Quando comparados os gastos de
publicidade da Administração Direta de Minas com os do governo federal se
constatam o grande exagero que esse item representa para os cofres públicos de
Minas Gerais. Ele chega a representar em torno de 28%.
Os últimos valores
disponibilizados pelo TCMG somados aos gastos entre 2003 a 2010 totalizaram a
gigantesca quantia de R$ 1, 508 bilhão, se somados ao gasto ainda não oficial
de 2012, calculados em R$ 200 milhões, chega-se a R$ 1, 708 bilhões. Levando-se
em conta que o governador Anastásia permanecerá no governo até 2014 e que não
haja aumento nas despesas de publicidade, serão mais R$ 400 milhões, que
totalizam R$ 2, 108 bilhões.
O Relatório Técnico do Tribunal
de Contas de Minas Gerais sobre as Contas do Governo do Estado revelou que a
despesa com publicidade do governo de Minas Gerais em 2011 totalizou R$
162.829.249,86 sendo; R$ 96.519.335,48 de responsabilidade da Administração
Direta, 59,28%; R$ 4.497.046,47 das Autarquias e Fundações, 2,76%; R$
5.100.123,72 dos Fundos, 3,13% e R$ 56.712.744,19 das empresas controladas pelo
Estado, 34,83%.
Do total das despesas com
publicidade apuradas no exercício, R$ 162,829 milhões, 90,97% estão
distribuídos entre a Secretaria de Estado de Governo,SEGOV, R$ 79,492 milhões,
representando 48,82% do total do exercício; a COPASA e suas subsidiárias, R$
22,513 milhões (13,83%); a CEMIG e suas subsidiárias, R$ 16,040 milhões
(9,85%); a Assembleia Legislativa, R$ 14,675 milhões (9,01%); a CODEMIG, R$
9,676 milhões (5,94%); e o BDMG, R$ 5,729 milhões (3,52%).
Ressalta o documento “que as
despesas realizadas com publicidade pelo governo mineiro estão concentradas na
SEGOV por força de suas atividades institucionais”.
Segundo o Tribunal de Contas,
“por meio de consultas realizadas no SIAFI, foram apuradas as maiores campanhas
publicitárias realizadas por essa Secretaria em 2011" (consideradas
maiores as de valor superior a R$ 1.000.000,00). O valor total dessas
campanhas, R$ 65.668.690,37, corresponde a 61,88% da despesa com publicidade da
Administração Direta, Autarquias e Fundações e Fundos, que totalizou R$
106.116.505,67 e a 40,33% da despesa total com publicidade no exercício.
Acrescenta o Tribunal de Contas
que “das despesas com publicidade realizadas pelo Estado no exercício de 2011,
incluindo a Administração Direta, as Autarquias e Fundações, os Fundos e as
empresas controladas, 71,39% concentram-se nas Agências Consórcio MPM/POPULUS
(32,03%), Consórcio FAZ & BRANEZ (20,31%), e RC Comunicação Ltda.
(19,06%)”.
Cabe salientar que, das despesas
com publicidades realizadas pelo governo mineiro no exercício de 2010,
incluindo a Administração Direta, as Autarquias e as Fundações, os Fundos e as
empresas controladas, 60,50% concentraram-se nas Agências RC Comunicação Ltda.
(16,57%), Consórcio MPM/POPULUS (16,39%); 18 Comunicações (11,95%), Perfil
Prom. e Publicidade Ltda. (8,51%) e Casablanca Com. e Marketing Ltda. (7,09%).
Observa-se, ainda, que somente
com a campanha “Balanço 2011” ,
desenvolvida pelo Consórcio MPM / POPULUS, foram gastos R$ 17.892.000,00, representando
16,86% das despesas com publicidade da Administração Direta, Autarquias e
Fundações e Fundos, e 10,99% do total das despesas com publicidade do governo
mineiro no exercício.”
Dispõe o art. 17, parágrafo
único, da Constituição de Minas Gerais: “A publicidade de ato, programa,
projeto, obra, serviço e campanha de órgão público, por qualquer veículo de
comunicação, somente pode ter caráter informativo, educativo ou de orientação
social, e dela não constarão nome, símbolo ou imagem que caracterizem a promoção
pessoal de autoridade, servidor público ou partido político”.
Durante o período de governo
Aécio/Anastásia (2003 a
2011) foram gastos com publicidade R$ 1, 508 bilhão, valor esse mais do que
suficiente para se construir outra Cidade Administrativa. Para se ter uma idéia
mais ampla sobre o que significa esse colossal gasto basta dizer que ele é 21%
superior ao patrimônio líquido do BDMG, (instituição que acaba de completar 50
anos de fundação), de R$ 1, 243 bilhão, em 30.06.2012.
Embora sejam despesas públicas,
nenhum valor ou nome dos veículos de comunicação emissoras de rádio, TVs,
revistas, jornais etc. beneficiados com as faustosas verbas publicitárias do
governo mineiro foram divulgados e, muito menos, qual critério usado para a sua
distribuição ou definição. Esta é uma caixa preta que algum dia precisará ser
aberta e detalhada.
Sem considerar os valores
despendidos com apoios e patrocínios em geral, também chama à atenção a
exuberância das verbas publicitárias usadas por empresas controladas pelo
governo de Minas para divulgar produtos e “suas realizações” que, não raras
vezes, superam em muito os valores das suas congêneres do setor privado.
O BDMG, por exemplo, gastou, em
dois anos, somente em verbas publicitárias, o montante de R$ 11, 701 milhões; a
CODEMIG R$ 20, 938 milhões; a CEMIG R$ 41,178 milhões e a COPASA R$ 44,708
milhões. O valor gasto pelo BDMG R$ 17 milhões equivale a mais de 2/3 de tudo
que a instituição desembolsou durante o primeiro semestre de 2012, para atender
a 33 empresas inovadoras do Estado.
Embora consultado, o TCMG não
revelou os valores, os veículos de comunicação beneficiados nem os critérios
adotados com a distribuição desses recursos de publicidade. Enquanto isto
repousa na gaveta do Procurador Geral de Justiça de Minas Gerais pedido de
reconsideração apresentado pelos deputados Rogério Correia e Sávio Souza Cruz
para que promova as investigações.
Diante destes fatos, somados a
outros como o “Caixa 2 da Codemig”, é inevitável chegar-se a conclusão que o
patrimônio público mineiro está sendo utilizado para financiar o projeto
político de Aécio Neves. Quanto à possível apropriação por Andréa e seu irmão
de parte desta verba para suas empresas, só mesmo as investigações da
Procuradoria Geral da República e Receita Federal poderão responder.
O Governo de Minas, o senador
Aécio Neves e Andréa Neves, consultados através de suas assessorias, não
quiseram manifestar-se.
Fontes; Tribunal de Contas de
Minas Gerais, Revista Mercado Comum, Portal CMI Brasil.





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