sexta-feira, 5 de julho de 2013

Paulo Henrique Amorim

*Paulo Henrique Amorim, um dos principais nomes do jornalismo brasileiro, defensor infatigável do sistema de cotas para negros na universidade, está sendo condenado por racismo. Acusa-o um repórter da rede Globo, a quem PH destinou uma metáfora racial, cujo uso CM não abona, mas que sabidamente se referia ao caráter do jornalismo por ele praticado. Não à pigmentação da pele. A condenação, descabida, guarda coerência inquietante com o momento político. No Brasil de hoje,  o jornalismo associado a bicheiros e a seus capangas não apenas é tolerado pela justiça, como respaldado por autoridades federais que sancionam seus métodos, metas e 'maycons', abraçando-se em uma esférica aliança contrária à regulação democrática dos meios de comunicação --outra bandeira incansável do diretor de Conversa Afiada. Não apenas isso. A emissora por trás do processo contra Paulo Henrique, comprovadamente sonegou  R$ 615 milhões ao fisco, conforme mostrou outro blogueiro 'incômodo', Miguel do Rosário. Continua, todavia, a se esponjar em verbas copiosas da publicidade federal. Em Brasília, dá-se a isso o nome de 'mídia técnica', mais ou menos o seguinte: aos que detém a corda, entregamos o pescoço. E outras coisas mais. O argumento 'técnico'  é  evocado por aqueles, para os quais, o papel de um governo democrático é  reiterar o status quo, não modifica-lo. Talvez esteja aí o erro de fundo de Paulo Henrique: a incompatibilidade do seu jornalismo com o status quo ainda iníquo, racista e cínico do país.

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