quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Delegado pediu prisão de mulher de Amarildo depois de deixar o caso

Foto: Arquivo pessoal
Amarildo sumiu no último dia 14, na Rocinha
Amarildo sumiu no último dia 14, na Rocinha




Ex-delegado adjunto da 15ª DP (Gávea), Ruchester Marreiros solicitou a prisão temporária da doméstica Elisabete Gomes da Silva, mulher do pedreiro Amarildo de Souza — desaparecido há 24 dias. O pedido — feito seis dias depois da transferência de Ruchester para a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) — foi desconsiderado pelo titular da delegacia, Orlando Zaccone, e pela promotora responsável do caso, Marisa Paiva.
Segundo o relatório feito pelo delegado Ruchester, há indícios da ligação de Bete com o tráfico de drogas na Rocinha. O delegado pediu ainda as prisões de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, e de sua mulher, Danúbia Rangel, conhecida como Xerifa da Rocinha.
— A Bete guarda material para o tráfico em casa, utiliza subterfúgios durante as abordagens policiais a meninos na favela, avisa sobre a chegada da polícia, participa de reuniões e churrasco dos bandidos — garante ele.
Ruchester explica que, durante as investigações da Operação Paz Armada, pelo menos quatro testemunhas, um policial militar infiltrado e três moradores da favela, falaram sobre o envolvimento de Bete com o crime. Ainda haveria interceptações telefônicas citando a participação de Bete no crime. Relator do inquérito, Orlando Zaccone, no entanto, descarta qualquer ligação da doméstica com o tráfico na região.

Informação

O delegado Orlando Zaccone frisa que o documento feito por Ruchester Marreiros foi usado apenas como peça de informação no inquérito.

Indícios

De acordo com Ruchester, as investigações da operação Paz Armada — deflagrada um dia antes do sumiço de Amarildo — identificaram 75 pessoas e qualificaram 60.

Desaparecimento

Bete e o marido, também conhecido como Boi, já foram citados ao longo das investigações, segundo Ruchester. Só depois do desaparecimento de Amarildo, entretanto, os dois tiveram os nomes identificados.

Associação

Zaccone, no entanto, garante que o material colhido sobre os dois neste período não garante o indiciamento por associação ao tráfico.

Relatório

Zaccone entregou, na manhã de ontem, o inquérito sobre o sumiço de Amarildo nas mãos da promotora Marisa Paiva. Em um dos despachos, o delegado desconsidera o relatório feito por Ruchester. O documento que está valendo é o assinado pelo próprio Zaccone.



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