No dia 23 de julho, o ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que deixou ontem o cargo, decidiu arquivar um pedido de investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que será o candidato tucano ao Palácio do Planalto, em 2014 |
Por Redação |
Uma decisão tomada pelo ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel, no dia 23 de julho, promete gerar intensos debates no meio político. Gurgel, que deixou o cargo ontem, arquivou uma representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que deverá ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto.
A representação, apresentada por deputados estaduais que fazem oposição a Aécio, liderados por Rogério Correia, do PT, pedia a abertura de uma investigação sobre o patrimônio do senador mineiro. Gurgel não viu razões para a investigação, conforme escreveu em seu parecer:
“Ao contrário, os documentos constantes dos autos comprovam que o representado declarou o seu patrimônio à Justiça Eleitoral. Tanto assim é verdade que a relação de bens apresentada pelos noticiantes foi extraída exatamente do site do Tribunal Superior Eleitoral.De acordo com esses mesmos documentos, o patrimônio foi constituído, em sua grande parte, antes que o noticiado assumisse o cargo de governador do Estado de Minas Gerais, não se podendo dizer que foi fruto de eventual beneficio havido no exercício do cargo.”
Apresentada em maio de 2011, a representação dos deputados questionava o patrimônio de Aécio. Alegava-se que o senador declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de pouco mais de R$ 617 mil, mas foi flagrado numa Land Rover, numa blitz no Rio de Janeiro. De acordo com a representação, só este automóvel, de propriedade da Rádio Arco-Íris, da família de Aécio, valeria mais de R$ 300 mil.
Para o PSDB de Minas, as denúncias têm caráter político e Rogério Correia também é constantemente acusado pelos tucanos de envolvimento com o lobista Nilton Monteiro, um dos responsáveis pela chamada “Lista de Furnas”.
O arquivamento da representação promete gerar muito barulho porque Gurgel, antes de deixar o cargo, limpou as gavetas e pediu abertura de inquérito no Supremo Tribunal contra vários políticos, como, por exemplo, os deputados Gabriel Chalita (PMDB-SP) e Anthony Garotinho (PR-RJ). Além disso, numa decisão bastante questionada, ele chegou até a sugerir a cassação da governadora Roseana Sarney, do Maranhão, que foi eleita pelo PMDB.
Certamente, ele será acusado de ter tomado uma decisão de caráter político, independente do mérito da questão.
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