quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Gestão Haddad vê “atuação política” do MP-SP e “vazamentos seletivos”





O noticiário sobre a máfia dos fiscais do ISS em São Paulo confunde bem mais do que esclarece. A sensação que está ficando para o cidadão que só acompanha o caso pela grande imprensa é a de que se trata de um escândalo da gestão Fernando Haddad.

A grande mídia vem relacionando o caso muito mais com a atual gestão, que investigou e denunciou o esquema de corrupção, do que com a gestão Gilberto Kassab, durante a qual os crimes ocorreram.

O Blog apurou que o agora ex-secretário de governo Antonio Donato deixou o cargo devido a avaliação da atual gestão de que se ficasse no governo contribuiria com a estratégia da quadrilha de tumultuar as investigações fazendo acusações a quem a investigou e denunciou.

Claro que, politicamente, foi um erro do governo Haddad. O afastamento de Donato está sendo apresentado como “prova” de que o esquema de corrupção que funcionou durante o governo de Kassab é de responsabilidade da atual gestão (?!).

Por isso, a gestão Haddad acha que o Ministério Público de São Paulo está tendo atuação política em favor do grupo de Kassab ao promover “vazamentos seletivos” do que estão revelando investigados que se propuseram a “colaborar” em troca de penas menores.

O auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos, um dos suspeitos de integrar a máfia do ISS, trabalhou três meses com a equipe de Donato neste ano e, em seus depoimentos ao Ministério Público paulista, acusou o agora ex-secretário de Haddad de ter recebido “mesada” para manter o esquema intocado.

Donato, um dos autores da investigação ao lado do prefeito Fernando Haddad, teria recebido propina até setembro, apesar de então ter completa ciência de que o esquema de corrupção que ora o denuncia estava para ser desbaratado.

Essa é a tese da mídia – sobretudo da mídia de São Paulo –, que se aproveita de uma estratégia equivocada da gestão Haddad para tentar confundir o público.

A gestão Haddad, porém, sabe que se o Ministério Público estivesse fazendo um trabalho sério não aceitaria que o auditor que acusou Donato omitisse informações sobre quem o esquema de corrupção pagava na gestão anterior. Cadê a informação? Por que só vazou quem seria pago nesta gestão?

A mídia ajuda a tumultuar. O que saem são acusações ao atual governo, poupando aquele que é hoje o maior suspeito de bancar o esquema, o ex-secretário de Finanças da prefeitura Mauro Ricardo, indicado para o cargo por José Serra e mantido por Kassab.

Contudo, a estratégia da gestão Haddad de aceitar – ou até incentivar – a saída de Donato achando que, com isso, dificultará as estratégias dos acusados em uma investigação turva que vai sendo feita pelo MP-SP, parece equivocada.

Haddad acredita que a investigação sobre esquema de corrupção que ocorreu na gestão anterior vai continuar produzindo acusações ao seu governo. A estratégia dos acusados é jogar sobre ele a responsabilidade do que fizeram no governo anterior, ao menos para consumo público.

Contudo, apesar de a saída de Donato do cargo ser politicamente desastrosa – pois será usada para “provar” que este governo é que promoveu a corrupção no governo anterior (seu adversário político) –, a gestão Haddad acredita que foi uma boa estratégia.

O tamanho do esquema de corrupção e os fatos que ainda vão surgir, segundo o governo Haddad, inviabilizariam a blindagem de Kassab e Serra que a mídia e o Ministério Público (comandado por um preposto do PSDB, indicado por Alckmin) estão tentando promover.

O grupo de Donato e o próprio afirmam que sabiam de toda a investigação que estava sendo feita e que, portanto, é um contrassenso acreditar na afirmação de um dos acusados de que apesar de o agora ex-secretário de Haddad saber disso continuou aceitando suborno – note-se que é acusado de ter recebido “mesada de R$ 20 mil” até o mês retrasado, com a investigação a todo vapor, com aluguel de sala pelo prefeito para ajudar a investigar o caso etc.

Com efeito, o que já se comenta é que os vazamentos seletivos que o MP-SP vem promovendo podem dar curso a uma nova investigação, agora sobre esse apoio da instituição à estratégia dos investigados, que tentam tumultuar acusando quem os investigou e denunciou.

Como sempre acontece com os governos do PT, então, a má comunicação e as estratégias equivocadas acabam ajudando os adversários. A saída de Donato reforça a teoria maluca de que este receberia propinas enquanto se preparava para denunciar quem as estaria pagando.

O secretário de governo deveria ter sido mantido no cargo, mas tal qual ocorreu com inúmeros ministros do governo Dilma ele caiu e depois, mesmo com nada tendo sido apurado contra si, ficará marcado como tendo sido flagrado em alguma irregularidade.

Um dos investigados por corrupção no esquema do ISS acusa quem o investigou, mas não apresenta uma só prova do que diz. Donato, portanto, não precisaria ter deixado o cargo. Bastaria declarar que tudo não passa de estratégia dos acusados.

Mais uma vez, o PT erra politicamente e seu erro pode custar a investigação inteira. A pressão da grande mídia acabará fazendo com que tudo termine em pizza.  Esse tipo de erro perpassou o governo Dilma e, agora, reproduz-se na gestão Haddad.

2 comentários:

  1. Haddad quiz seguir os caminhos do governo federal, ou seja se denunciam melhor se afastar para dar liberdade aquem queira investigar, eu tambem nao concordo que ele se demitisse póis quem nao deve nao teme, mais deve ter sido um acordo entre ele e Haddad. No entanto mante-lo levaria daria muniçao a midia para dizer que haddad o estaria blindando. Claro que realmente a acusaçao de um suspeito e pego com a mao na botija nao pode ser levando em consideraço se nao ha provas. Ja contra os acusados existe provas. todos eles ate ja reconheceram, agora dizer que davam propina a Donato de 20 mil por mes isso é falso eles que apresentem os recibos do pagamento a Donato. Eu sempre fui contra demitir os ministros como Orlando ou Gushiken denunciados justamente por bandidos que nao tem moral para faze-lo o mesmo acontece com Donato. Perante a justiça o depoimento de um acusado no esquema nao tem valor se nao tiver provas. Olha o caso de Mauro Ricardo, o ACM NETO esta mantendo ele, isso foi sempre uma politica da direita, manter o bandido haja o que houver quantas fezes ouvimos do FHC dizer O MINISTRO FULANO DE TAL TEM A MINHA CONFIANÇA, e o safado estava envolvido ate o pescoço em algum tipo de corrupçao. mais é assim ladrao protege ladrao.

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  2. Ronilson afirmou que pagava propina ao PAPA. - Ronilson e qualquer um dos acusados sabendo que tem uma blindagem esquematizada pelos membros do PSDB, JOSE SERRA KASSAB E ALCKMIN, deve ter sido instruido a envolver alguem e ja que o Donato tinha alguma relaçao com ele talvez ate tentando subornar o scretário. foi facil lançar a calunia. Agora veja. Se o DONATO realmente tivesse recebendo propina deles, qual seria a atitude do DONATO.? : informar a quadrilha de Mauro ricardo/Ronilson que eles estavam sendo investigados e que deviam parar tudo. Ora isso nao aconteceu. O Donato nada falou a eles mais se ele tivesse sido subornado com os tais 20 mil mensais ele certamente abriria o jogo. para a quadrilha do ISS.de SP. porotanto por isso cai a meu ver a tese. Uma pessoa pode ser amiga de varios maconheiros, ladroes, assaltantes mais nao ter nada a ver com o que eles fazem. claro que nao deixa de levantar suspeitas mais se ela nao tem nada a ver nada vai ficar provado contra ela. Por uma pessoa por exemplo morar ao lado de um traficante ela é traficante tambem? claro que nao. uma coisa nao tem nada a ver com a outra. O que vai a contecer: depois que arquivarem o processo contra a quadrilha de SERRA, e depois de muita investigaçao vai se provar que o DONATO nao tem nada a ver com os crimes. mais ai o estrago ja estrá feito e nada apurado e a quadrilha de FHC/SERRA ALCKMIN/KASSAB mais uma vez sai ilesa.

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