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Prefeito Haddad Interviu e se reunirá com TJ. As 700 Famílias continuam no terreno aguardando decisão |
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José Francisco Neto & Michelle Amaral |
A
reintegração de posse na ocupação Pinheirinho II, no Jardim Iguatemi, zona
leste de São Paulo, foi suspensa. Após os tiros de balas de borracha disparados
pela Tropa de Choque da Polícia Militar e as bombas de efeito moral lançadas
contra os sem-teto, o prefeito Fernando Haddad (PT) decidiu intervir e irá se
reunir, às 16h30 desta terça-feira (26), com o presidente do Tribunal de
Justiça (TJ), Ivan Sartori.
A prefeitura
informou ainda que vai publicar um decreto nos próximos dias declarando a área
como de utilidade pública. As 700 famílias continuam no terreno aguardando a
decisão da Justiça.
Moradores e
membros da prefeitura vão se reunir no Fórum de Itaquera (SP), também na tarde
desta terça-feira, para discutir o problema. Segundo o advogado que acompanha
as famílias sem-teto, Hamilton Clemente Alves, será solicitada ainda uma
audiência pública com Haddad.
“Nossa
expectativa é que essa suspensão não seja provisória. Que seja uma suspensão
para que o governo negocie com o proprietário para manter as famílias morando”,
disse.
Apesar do
pedido de um prazo para a reintegração de posse feito pela administração
municipal, o juiz da 4ª Vara Cível do Fórum de Itaquera decidiu manter a
liminar que determinava o despejo. O secretário de Habitação, José Floriano,
havia solicitado 120 dias de prazo antes da reintegração para cadastrar as
famílias nos programas habitacionais.
Em nota, o
Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) disse que se não houver uma solução
nas próximas horas, o movimento organizará mobilizações direcionadas à Prefeitura
de São Paulo e ao Governo Estadual.
Invasão
Desde as 6
horas da manhã, os sem-teto realizaram manifestações pacíficas nas entradas da
ocupação. Por volta das 9h40, a Tropa de Choque recebeu ordem para invadir o
terreno.
De acordo com
Jean Carlos da Silva, coordenador do Pinheirinho II, a PM agrediu os sem-teto
sem que estes reagissem. “Houve abuso de autoridade por parte da polícia,
muitas pessoas se machucaram sem reagir e a situação complicou”, relata.
Jean afirma
que os sem-teto estavam se manifestando, mas tinham a orientação de cooperar
com a reintegração de posse, contudo a ordem do comando da Tropa de Choque foi
para que os policiais entrassem no terreno de “qualquer jeito”. Segundo ele,
crianças e mulheres grávidas também foram agredidas pela PM. “Chutaram mulheres
grávidas, chutaram idosos”, conta.
No terreno de
130 mil metros quadrados, ocupado desde maio de 2012, foram construídas cerca
de 800 casas de alvenaria pelos sem-teto.
Fotos:
Marcelo Camargo / ABr
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