Um ex-presidente brasileiro está rodando o mundo, em viagens
patrocinadas por empresas e corporações que cresceram e ganharam muito dinheiro
em seu período de governo. Nestas viagens, a presença do ex-presidente ajuda as
empresas patrocinadoras a captar investimentos e ganhar mercados.
As empresas amigas também patrocinam palestras deste líder
político no Brasil e contribuem com fundos milionários para o instituto que
leva seu nome e destina-se a preservar sua memória.
Se este ex-presidente se chamasse Luiz Inácio, suas
atividades no exterior seriam manchete da Folha de S. Paulo, colocando-o sob
suspeita de atuar como lobista de empresas sujas. Mas estamos falando de
Fernando Henrique Cardoso, que também viaja fazendo palestras, a convite de
empresas, ONGs e instituições diversas. A diferença mais notável entre eles –
há muitas outras – é que
FHC vai lá fora para falar mal do Brasil.
Nas asas do Itaú, seu patrocinador master, Fernando
Henrique esteve no Paraguai em 2010, no dia em que o banco inaugurou a operação
para tomar o mercado no país vizinho. O Itaú também o levou a Doha e aos
Emirados Árabes ano passado, como informou a imprensa financeira, com a intenção
de morder parte dos US$100 milhões que o Barwa Bank tem para investir no
mercado imobiliário brasileiro.
A Folha estava lá – mas não diz quem pagou a viagem da
colunista Maria Cristina Frias –, “FHC vai ao Oriente Médio com Itaú paraatrair investimento”, ela escreveu. Zero de suspeição ou malícia. O jornal não
se preocupou em saber se a embaixada brasileira alugou impressoras para apoiar
o ex-presidente em sua missão, mas registrou direitinho o que ele disse lá
sobre o governo brasileiro atual:Corrupção cresceu em relação a meu governo,diz FHC. Com esse papo, o ex deve ter atraído investimentos para o Chile.
FHC também falou mal do Brasil quando foi à China, em maio
de 2012, de novo pelas asas do Itaú (nem parece que é um banco, deve ser uma
agência de viagens). Reclamou do ajuste do câmbio, da falta de planejamento e
fez o comercial do patrocinador: “Baixar a taxa de juros [no Brasil] é
importante, mas tem de olhar as consequências”, ele disse aos chineses. O
Estadão resumiu no título a visão de Brasil que FHC passou em Pequim: “Não sepode crescer a qualquer a custo, diz FHC”.
Em novembro do ano passado, a casa norte-americana JP
Morgan pagou FHC para falar do Brasil sem sair de casa: “O Brasil está pagandoo preço por não ter dado continuidade aos avanços implementados”, ele disse,
numa palestra para investidores estrangeiros em São Paulo.
Na edição de sábado, dia 23,, a Folha sugere ao Ministério
Público que promova uma ação para alguém devolver “gastos indevidos” com horas
extras de motoristas e deslocamento de funcionários, nas embaixadas por onde
Lula passou. Mas não se comove com o fato dea estatal paulista Sabesp ter
pingado R$500 mil na caixinha do Instituto FHC (ah se fosse o Visanet…).
Fernando Henrique ainda era presidente da República, em
2002, quando chamou ao Palácio da Alvorada os donos de meia dúzia de empresas
para alavancar o instituto que ainda ia criar: Odebrecht, Camargo Corrêa,
Bradesco, Itaú, CSN, Klabin e Suzano. A elas se juntaria a Ambev. Juntas,
pingaram R$7 milhões no chapéu de FH. Mas foi o Tesouro que pagou o jantar,descrito em detalhes nesta reportagem da revista Época.
Todos à mesa eram gratos à FHC pelo Plano Real e não se
duvide de que alguns tenham coçado o bolso por idealismo. Mas se a Folhautilizasse
o mesmo relho com que trata Lula, teria registrado que os Itaú e Bradesco eram
gratos pela maior taxa de juro do mundo; a Ambev deve seu monopólio ao Cade dos
tucanos; a CSN é a primogênita da privataria e quase todos ali deviam algum ao
BNDES.
FHC e seu instituto prosperaram. No primeiro ano como
ex-presidente ele faturou R$3 milhões em palestras (“O critério é cobrar metadedo que cobra o Bill Clinton”, explicou, modestamente, um assessor de FHC). A
primeira palestra, de US$150 mil de cachê, que serviu de parâmetro para as
demais, foi bancada pela Ambev. O IFHC já tinha R$15 milhões em caixa e
planejava gastar o dobro disso nas instalações.
O IFHC abriga o projeto Memória das Telecomunicações
(esqueçam o que ele escreveu, mas não o que ele privatizou) patrocinado
naturalmente pela Telefónica de Espanha.
Todas as empresas citadas neste relato são anunciantes da
Folha de S.Paulo e estão acima de qualquer suspeita como anunciantes.
Apodrecem, aos olhos do jornal, quando se aproximam de Lula.
Eis aí o segundo recado da série de manchetes: afastem-se
dele os homens de bem. O primeiro recado, está claro, é: mãos ao alto, Lula!
A Folha também se considera acima de qualquer suspeita. Só
não consegue mais disfarçar o ódio pessoal que move sua campanha contra o ex-presidente
Lula.
Um ex-presidente brasileiro está rodando o mundo, em viagens
patrocinadas por empresas e corporações que cresceram e ganharam muito dinheiro
em seu período de governo. Nestas viagens, a presença do ex-presidente ajuda as
empresas patrocinadoras a captar investimentos e ganhar mercados.
As empresas amigas também patrocinam palestras deste líder
político no Brasil e contribuem com fundos milionários para o instituto que
leva seu nome e destina-se a preservar sua memória.
Se este ex-presidente se chamasse Luiz Inácio, suas
atividades no exterior seriam manchete da Folha de S. Paulo, colocando-o sob
suspeita de atuar como lobista de empresas sujas. Mas estamos falando de
Fernando Henrique Cardoso, que também viaja fazendo palestras, a convite de
empresas, ONGs e instituições diversas. A diferença mais notável entre eles –
há muitas outras – é que
FHC vai lá fora para falar mal do Brasil.
Nas asas do Itaú, seu patrocinador master, Fernando
Henrique esteveno Paraguai em 2010, no dia em que o banco inaugurou a operação
para tomar o mercado no país vizinho. O Itaú também o levou a Doha e aos
Emirados Árabes ano passado, como informou a imprensafinanceira, com a intenção
de morder parte dos US$100 milhões que o Barwa Bank tem para investir no
mercado imobiliário brasileiro.
A Folha estava lá – mas não diz quem pagou a viagem da
colunista Maria Cristina Frias –, “FHC vai ao Oriente Médio com Itaú para
atrair investimento”, ela escreveu. Zero de suspeição ou malícia. O jornal não
se preocupou em saber se a embaixada brasileira alugou impressoras para apoiar
o ex-presidente em sua missão, mas registrou direitinho o que ele disse lá
sobre o governo brasileiro atual:Corrupção cresceu em relação a meu governo,
diz FHC. Com esse papo, o ex deve ter atraído investimentos para o Chile.
FHC também falou mal do Brasil quando foi à China, em maio
de 2012, de novo pelas asas do Itaú (nem parece que é um banco, deve ser uma
agência de viagens). Reclamou do ajuste do câmbio, da falta de planejamento e
fez o comercial do patrocinador: “Baixar a taxa de juros [no Brasil] é
importante, mas tem de olhar as consequências”, ele disse aos chineses. O
Estadão resumiu no título a visão de Brasil que FHC passou em Pequim: “Não se
pode crescer a qualquer a custo, diz FHC”.
Em novembro do ano passado, a casa norte-americana JP Morgan
pagou FHC para falar do Brasil sem sair de casa: “O Brasil está pagando o preço
por não ter dado continuidade aos avanços implementados”, ele disse, numa
palestra para investidores estrangeiros em São Paulo.
Na edição de sábado, dia 23,, a Folha sugere ao Ministério
Público que promova uma ação para alguém devolver “gastos indevidos” com horas
extras de motoristas e deslocamento de funcionários, nas embaixadas por onde
Lula passou. Mas não se comove com o fato dea estatal paulista Sabesp ter
pingado R$500 mil na caixinha do Instituto FHC (ah se fosse o Visanet…).
Fernando Henrique ainda era presidente da República, em
2002, quando chamou ao Palácio da Alvorada os donos de meia dúzia de empresas
para alavancar o instituto que ainda ia criar: Odebrecht, Camargo Corrêa,
Bradesco, Itaú, CSN, Klabin e Suzano. A elas se juntaria a Ambev. Juntas,
pingaram R$7 milhões no chapéu de FH. Mas foi o Tesouro que pagou o jantar,
descrito em detalhes nesta reportagem da revista Época.
Todos à mesa eram gratos à FHC pelo Plano Real e não se
duvide de que alguns tenham coçado o bolso por idealismo. Mas se a
Folhautilizasse o mesmo relho com que trata Lula, teria registrado que os Itaú
e Bradesco eram gratos pela maior taxa de juro do mundo; a Ambev deve seu
monopólio ao Cade dos tucanos; a CSN é a primogênita da privataria e quase
todos ali deviam algum ao BNDES.
FHC e seu instituto prosperaram. No primeiro ano como
ex-presidente ele faturou R$3 milhões em palestras (“O critério é cobrar metade
do que cobra o Bill Clinton”, explicou, modestamente, um assessor de FHC). A
primeira palestra, de US$150 mil de cachê, que serviu de parâmetro para as
demais, foi bancada pela Ambev. O IFHC já tinha R$15 milhões em caixa e
planejava gastar o dobro disso nas instalações.
O IFHC abriga o projeto Memória das Telecomunicações
(esqueçam o que ele escreveu, mas não o que ele privatizou) patrocinadonaturalmente pela Telefónica de Espanha.
Todas as empresas citadas neste relato são anunciantes da
Folha de S.Paulo e estão acima de qualquer suspeita como anunciantes.
Apodrecem, aos olhos do jornal, quando se aproximam de Lula.
Eis aí o segundo recado da série de manchetes: afastem-se
dele os homens de bem. O primeiro recado, está claro, é: mãos ao alto, Lula!
A Folha também se considera acima de qualquer suspeita. Só
não consegue mais disfarçar o ódio pessoal que move sua campanha contra o
ex-presidente Lula.
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