29/3/2013 10:10
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"repórter" do CQC tenta expor o líder do PT ao ridículo, no program humorístico da BAND |
“Repórter” do CQC tenta expor o
líder petista ao ridículo, em um programa de humor da Band
O jornalista Maurício Stycer
publicou em seu blog, nesta sexta-feira, a informação de que o uso de uma
criança para chegar ao deputado José Genoino (PT-SP), no programa CQC, foi uma
tentativa deliberada de expor o líder petista ao ridículo, com o uso de um
menor, que teve sua imagem evidenciada em todo o país. O fato, afirma Stycer,
causou “péssima” repercussão dentro da própria TV Bandeirantes e também na
produtora Cuatro Cabezas, uma franquia argentina que promove atrações do gênero
naquele e em outros países. Questionada, a emissora disse não ver problemas
éticos no uso da criança ou na maneira agressiva com que os humoristas do CQC,
travestidos de jornalistas, abordaram Genoino.
Na véspera, o blogueiro Eduardo
Guimarães anunciou que estuda acionar a Band no Ministério Público por
exploração de menor. “Ainda que alguns possam julgar que, como condenado pelo
Supremo Tribunal Federal, Genoino é passível de qualquer agressão ou trapaça
que se queira fazer contra ele, como se coubesse à sociedade aplicar-lhe penas
adicionais à condenação, a criança em questão foi usada em uma trapaça,
induzida a mentir e teve sua imagem exposta nessa situação para todo o país”,
argumenta Guimarães.
Aqui, o texto de Maurício Stycer:
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Mauricio Stycer |
Exibida no programa de
segunda-feira, a entrevista do CQC com José Genoíno (PT-SP), feita por meio de
um ator-mirim que mentiu e enganou o deputado, teve péssima repercussão,
inclusive entre jornalistas da própria Band e na Cuatro Cabezas, a produtora do
programa. Procurada pelo blog, a emissora não viu qualquer problema ético na
entrevista. Para a Band, o CQC é um programa de humor e como tal “corre o risco
de desagradar algumas pessoas”.
Sem conseguir falar com Genoíno,
o CQC levou de São Paulo para Brasília o menino João Pedro Carvalho e seu pai,
Ricardo, com a função de bater à porta do gabinete. Com a biografia do deputado
em mãos, João se disse fã dele e pediu um autógrafo. O pai disse ao deputado
que era petista e, com uma câmara, filmou a troca de palavras.
O recurso a uma mentira para
obter algumas palavras do deputado pegou muito mal dentro do jornalismo da
Band. A emissora chegou a hesitar se levaria ao ar a “entrevista”. No ano
passado, Ronald Rios conseguiu entrevistar a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF)
se fazendo passar por repórter de um canal universitário, mas a Band não
permitiu que a reportagem fosse ao ar.
Proibidos de entrar no Senado, os
repórteres do CQC foram autorizados a voltar à Câmara este ano. Dentro da
produtora Cuatro Cabezas, a entrevista com Genoíno obtida mediante uma mentira
é vista por alguns como um “tiro no pé” do programa. Pode abrir caminho para
uma nova proibição.
João Pedro Carvalho é ator
profissional. O seu trabalho mais conhecido foi na novela Avenida Brasil, da
Globo. Chegou a ser cotado para viver o personagem Batata, mas perdeu o papel
para Bernardo Simões. Ganhou, em troca, o personagem Jerônimo, que teve muitas
cenas na trama, junto com Nilo (José de Abreu).
Na tarde de quinta-feira, enviei
as seguintes perguntas à emissora:
2. O uso de um ator-mirim, que
mentiu ao deputado, não fere as normas éticas da emissora?
3. Como a Band vê a repercussão
negativa da entrevista?
4. Por que a Band vetou, em 2012,
uma entrevista com Jaqueline Roriz, na qual o CQC também mentiu para a
deputada, e não vetou esta com Genoino?
A reposta foi a seguinte: “O CQC
é um programa com o foco acentuado no humor, não pretende ofender o público e
sim entretê-lo. Mas, como toda atração que trabalha com esse gênero, corre o
risco de desagradar algumas pessoas”.
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