
| POC via Diário |
PCO - Como os altos preços
impactam a população pobre? 1,2 bilhões de pessoas no mundo não conseguem
comprar os alimentos necessários enquanto os monopólios impõem o modelo super
explorador para garantir os lucros a qualquer custo.
Os altos preços dos alimentos,
provocados principalmente pela especulação financeira, são responsáveis pela
morte de 18 milhões de pessoas por ano, devido à fome, de acordo com dados da
FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação). Enquanto
na década de 1950 eram 60 milhões as pessoas atingidas pela fome, hoje são 1,2
bilhões.
A crise capitalista tem provocado
o aumento da concentração da riqueza mundial nas mãos dos monopólios. Hoje, 85%
dos alimentos que são vendidos no mundo se encontram sob o controle de dez
monopólios.
O chamado agronegócio, que é a
aliança entre o setor mais reacionário da burguesia (os latifundiários) e os
monopólios, é o principal responsável pela concentração da terra, a
super-exploração do trabalhador do campo e o controle da cadeia alimentar em
cima de métodos ultra-depredatórios, baseados nos agrotóxicos e nos
transgênicos que têm direcionado a produção dos alimentos à especulação
financeira em larga escala.
Os governos burgueses se
encontram sob o controle desse cartel. No Brasil, a situação, além de muito
clara, é aberrante. A esmagadora maioria da população não tem direito a um
pedaço de terra para plantar; a reforma agrária foi totalmente paralisada no governo
Dilma. A produção de meia dúzia de produtos (soja, milho, algodão, café, cana
de açúcar e suco de laranja) é feita da maneira mais depredatória possível.
O Brasil é o campeão mundial no
uso de agrotóxicos, todos eles liberados sem testes adequados, apesar dos
comprovados efeitos nocivos sobre a saúde humana, e utilizando princípios
ativos proibidos na maior parte dos países do mundo, inclusive o Paraguai.
O Brasil é o vice-campeão mundial
no plantio de transgênicos. Os transgênicos também foram desenvolvidos como
parte da chamada Revolução Verde que, a partir da década de 1970, buscou
desovar os estoques de venenos usados nas guerras e controlar todo o ciclo da
cadeia alimentar. O Zyklon-B, usado nas câmaras de gás nazistas, e o agente
laranja, usado extensivamente na Guerra do Vietnam, estão na base dos
agrotóxicos. As manipulações genéticas dos transgênicos foram aprovadas a toque
de caixa, apesar de inserirem genes de animais, como o gene peixe inserido na
soja transgênica. Aos efeitos catastróficos para a saúde humana e o meio
ambiente, se soma o aumento no consumo de agrotóxicos, embora que de um mesmo
fabricante.
No Brasil, as políticas públicas
favorecem esse modelo depredador que visa aumentar os lucros dos monopólios a
qualquer custo. Os agrotóxicos e transgênicos têm uma tributação muito
favorecida e o governo, por meio do Banco do Brasil, exige notas fiscais que
somente podem ser fornecidas por quem comercializa esse tipo de produtos, para
a concessão do crédito agrícola.
O plantio depredador conduz ao
rápido esgotamento do solo, o que provoca o aumento da fronteira agrícola para
não enfrentar os altos custos envolvidos na correção do solo. Este é um dos
principais pilares da violência no campo e da depredação do meio ambiente. O
ciclo se completa com a imposição da migração da população pobre do campo para
as favelas das grandes cidades, onde caem nas garras da especulação imobiliária.
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