22/05/2013

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| Mariana Branco |
Brasília - Para ter uma economia
forte, o Brasil precisa ser ator global, disse hoje (22) o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. Lula O ex-presidente comentou a eleição do brasileiro
Roberto Azevêdo, primeiro latino-americano eleito diretor-geral da Organização
Mundial do Comércio (OMC) e recordou a escolha de um brasileiro para
diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
(FAO), referindo-se a José Graziano da Silva, eleito em 2011. "Quem diria
que o Brasil teria a diretoria da OMC e da FAO? Em 2016, seremos a quinta
economia do mundo, mas [o crescimento econômico] precisa estar umbilicalmente
ligado ao desenvolvimento social", disse.
Lula deu as declarações em
apresentação a autoridades africanas e empresários brasileiros durante o
seminário As Relações do Brasil com a África - A Nova Fronteira do
Desenvolvimento Global, organizado pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI) e pelo jornal Valor Econômico. O ex-presidente disse também que o país é
privilegiado por estar inserido em uma região como a América Latina, na qual os
países têm uma relação pacífica e que tem Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 4
trilhões. Segundo o ex-presidente, o fluxo comercial entre Brasil e Argentina
cresceu na última década. No entanto, ele diz que as relações entre os países
sul-americanos não são tão desenvolvidas quanto poderiam ser.
O ex-presidente citou o Programa
para Desenvolvimento da Infraestrutura da África, criado pela União Africana, e
disse que "do ponto de vista da organização e criação de instituições, o
continente está mais evoluído do que a América Latina". Lula frisou que o
programa tem previsão de investimento de US$ 360 bilhões até 2040, dos quais
US$ 68 bilhões que serão investidos em 2020 já foram captados. "O objetivo
estratégico [do programa] é finalmente habilitar a África a construir seu
mercado comum".
Na avaliação de Lula, "a
construção de um mundo mais equilibrado passa pela África". O
ex-presidente ponderou que, no Brasil, houve um salto na economia com a
inclusão da população mais pobre na atividade econômica. De acordo com ele, é
possível resolver o problema da pobreza no mundo inserindo os países mais
pobres no comércio externo. O presidente elogiou ainda a criação, pelo Banco
Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de uma diretoria para a
África, a América Latina e o Caribe.

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