“Todas as informações são
comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua
disposição. A convidamos para conhecer uma escola estadual mineira para
comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à realidade
em Minas Gerais”
Atriz encabeça campanha
publicitária do governo de Minas Gerais
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| Via Pragmatismo |
Abaixo, transcrevemos carta do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais endereçada à
atriz Débora Falabella em resposta à campanha publicitária mentirosa veiculada
pelo Governo de Minas em horário nobre e que tem a atriz como protagonista.
Prezada Débora Falabella,
Às vezes vale a pena recusar
alguns trabalhos apenas para não decepcionar milhares de fãs.
Às vezes vale a pena procurar
mais informações sobre o personagem que você irá representar.
Milhares de professores, alunos e
comunidades foram extremamente prejudicados pelo governo de Minas Gerais em
2011 e o que você afirma através das peças publicitárias não corresponde à
realidade.
No sentido de informá-la da real
situação da educação mineira, apresentamos informações:
– O Governo mineiro investe
apenas 60% do total dos recursos que deveria investir em educação. O restante
vai para fins previdenciários;
– Desde 2008, há uma diminuição
do investimento do governo estadual em educação;
– No que se refere à qualidade da
educação, o Estado de Minas Gerais tem resultado abaixo da média da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE);
Leia mais
– Apenas 35% das crianças
mineiras até cinco anos frequentam estabelecimentos de ensino em Minas Gerais.
Onde está o direito à educação de 65% destas crianças?
A realidade do Ensino médio é
igualmente vergonhosa:
– nos últimos 6 anos houve uma
redução de matrículas no Ensino Médio de 14,18%;
– O passivo de atendimento
acumulado no ensino médio regular entre 2003 e 2011, seria de 9,2 milhões de
atendimentos. Isso quer dizer que nem todos os adolescentes tiveram o direito
de estudar garantido;
– Minas Gerais, comparativamente
à média nacional, tem a pior colocação em qualidade da escola: 96% das escolas
não têm sala de leitura, 49% não têm quadra de esportes e 64% não têm
laboratório de ciências.
Os projetos e programas na área
da educação são marcados pela descontinuidade e por beneficiar uma parcela
muito pequena de alunos.
Veja:
– O Projeto Escola de Tempo
Integral beneficiou 105 mil alunos, num universo de 2,5 milhões de alunos;
– O programa professor da família
não atinge as famílias mineiras que necessitam de ajuda e tampouco é feito por
professores, mas por pessoas sem a formação em licenciatura;
– O Estado não tem rede própria
de ensino profissionalizante, repassando recursos públicos à iniciativa
privada.
A respeito dos dados sobre o
sistema de avaliação, é importante que saiba que são pouco transparentes, com
baixa participação da comunidade escolar e ninguém tem acesso à metodologia
adotada para comprovar a sua veracidade.
Quanto à valorização dos
profissionais da educação relatada nas peças publicitárias, a baixa
participação em inscrições para professor no concurso que a Secretaria de
Estado realiza comprova que esta profissão em Minas Gerais não é valorizada.
O Governo de Minas não paga o
Piso Salarial Profissional Nacional, mas subsídio. Em 2011, 153 mil
trabalhadores em educação manifestaram a vontade de não receber o subsídio.
Ainda assim o Governo impôs esta remuneração.
Em 2011 o governo mineiro assinou
um termo de compromisso com a categoria se comprometendo a negociar o Piso
Salarial na carreira. Mas o governo não cumpriu e aprovou uma lei retirando
direitos, congelando a carreira dos profissionais da educação até dezembro de
2015.
Compromisso e seriedade com os
mineiros são qualidades que faltam em Minas Gerais.
Todas as informações são
comprovadas por dados publicados pelo próprio governo estadual e estão à sua
disposição. Por fim, a convidamos para conhecer uma escola estadual mineira
para comprovar que o personagem das peças publicitárias não corresponde à
realidade em Minas Gerais.

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