domingo, 25 de agosto de 2013

Em baixa, Cabral triplica verba pra Globo

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por Miguel do Rosário
Mais uma razão para a urgência de uma lei de mídia no país. Quando um governante perde popularidade, por fazer alguma besteira, ele aumenta a verba destinada às grandes agências, que por sua vez estão amarradas aos grandes meios de comunicação, sobretudo a Globo.

É o que acontece agora com o governo do estado do Rio. Cabral enfrenta uma grave crise de aprovação. Tornou-se de uma hora para outra o governador com menor índice de aprovação no país. E aí o que ele faz? Ao invés de propor uma coisa diferente, ampliando verbas para jornais de bairro, ou de cidades pequenas, sites, blogs, portais, rádios comunitárias, projetos de mídia independente, ao invés disso ele aumenta em 240% a quantidade recursos destinados aos grandes meios de comunicação, como a Globo.

Triste, mas ao mesmo tempo bem sintomático. É por essas e outras que Cabral se tornou alvo. Seu staff não tem criatividade, não está comprometido com nenhuma bandeira progressista. Tudo que ele quer é voltar a aparecer bem na capa do Globo e no Jornal Nacional.

Essa situação também explica a postura da Globo. Quanto mais ela bate num político, quanto mais ela fragiliza um governo, mais esse governo libera dinheiro pra ela. Pelas seguintes razões:

- tentar reverter a queda de popularidade e divulgar aspectos positivos do governo que não saem no jornal.
- adocicar a relação do governo com a grande mídia.

Aí é aquela situação. Se o governo dá uma merrequinha qualquer de verba publicitária para um blog, todos gritam: governista, vendido, chapa branca, blog oficial! Se o governo dá um caminhão de dinheiro pra Globo, ninguém fala nada; faz parte do show.

E assim caminha a humanidade. Viva o Brasil.

Leia notícia publicada há pouco no Brasil 247.

CONTRA DESGASTES, CABRAL GASTA 240% MAIS COM MÍDIA

Com popularidade em rasos 12% (CNI/Ibope), governador triplica verba para divulgar obras; até o fim de julho, os empenhos apenas para propaganda somavam R$ 76,9 milhões; desde 2007, o governo Cabral, eleito com discurso de crítica ao excesso de anúncios oficiais, empenhou quase R$ 1 bilhão para agências de publicidade; assessoria afirma que aumento é normal

24 DE AGOSTO DE 2013 ÀS 12:10

Rio247- A onda de protestos no Rio de Janeiro que aniquilou a popularidade do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) acabou por fermentar as verbas estaduais com propaganda. Em julho, o governo empenhou um total de R$ 27,9 milhões para publicidade. É mais de 240% além da média dos gastos dos seis meses anteriores para o mesmo fim, mostra levantamento do jornal O Estado de S. Paulo na execução orçamentária do Tesouro Fluminense.

Em reportagem veiculada na edição deste sábado (24), o Estado relata que no mês seguinte aos protestos de junho, que derrubou a popularidade de Cabral a rasos 12% (CNI/Ibope), o dinheiro público reservado a divulgar suas ações mais que dobrou. Até o fim de julho, os empenhos apenas para propaganda somavam R$ 76,9 milhões.

Desde 2007, o governo Cabral, eleito com discurso de crítica ao excesso de anúncios oficiais, empenhou quase R$ 1 bilhão para agências de publicidade, dos quais já pagou mais de R$ 880 milhões, corrigidos pelo IPCA. O governo nega anormalidades nessas despesas.

Os empenhos de julho representam também crescimento expressivo em comparação a julho de 2012: são 39,5% a mais sobre que os R$ 20 milhões de um ano atrás. Naquele período do ano passado, o aumento em relação à média dos seis meses anteriores fora de 127,38% (pouco mais da metade dos mais de 240% de um ano depois).

Os empenhos do setor até o fim de julho passado foram destinados às agências Artplan (R$ 12,9 milhões), Novas/B. (R$ 16,5 milhões), PPR (R$ 12,1 milhões), Binder + FC (R$ 13,2 milhões), DPZ (R$ 16 milhões), Agnelo Pacheco (R$ 11,2 milhões) e MKT Plus (R$ 11,2 milhões). Também houve verbas empenhadas para empresas de eventos e assessoria (cerca de R$ 55 milhões).

Em nota, a assessoria do governo afirma que “comparar empenhos realizados no mesmo mês de anos diferentes não é parâmetro para medir estratégia de comunicação”. O Executivo também argumenta que mais pagamentos em um mês não são sempre decorrentes de “produtos de comunicação gerados naquele mês”.

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