A prisão do
tesoureiro do PT João Vaccari Neto nesta quarta feira, 15, pelo esquema do Juiz
Moro de criminalização do Partido dos Trabalhadores fecha um ciclo bastante
esclarecedor de como as empresas privadas fazem suas “doações” a campanhas eleitorais
e, ao mesmo tempo, inicia-se outro que é a de juntar todos os fios soltos e
uni-los ao Palácio do Planalto.
A nós resta a
expectativa de que o tal juiz paranaense, reúna provas contundentes de que de
fato a campanha da presidenta Dilma Rousseff tenha sido financiada com o
dinheiro sujo de propinas e afins a tal ponto que torne os pareceres do TSE e
STF improcedentes.
A sim sendo,
perde Dilma Rousseff o mandato e o PT o registro partidário.
Talvez seja
esse o propósito das investigações de Moro, ou talvez sua intenção seja apenas
sangrar o Partido dos Trabalhadores até a sua morte eleitoral, como fazem
certos predadores que ferem mortalmente a sua pressa e esperam pacientemente
que ela sucumba até a morte.
De qualquer forma e modo, o PT e sua
infinidade de parlamentares ficam aí a deriva em um partido próximo do
naufrágio.
O PT de Dilma
e principalmente de Lula pisou no prego do clientelismo e fisiologismo que tão
retoricamente combatiam e furou. Furou deixando órfãos alguns milhares de
militantes que entre o aturdido e o incrédulo buscam se apoiar em outro partido
político que os contemplem em toda a sua complexidade.
Assim, neste
contexto de morte anunciada, o PSOL – Partido Socialismo e Liberdade – surge como
uma opção provável e até desejável por muitos que ficaram no barco petista até
o seu naufrágio final deflagrado pelo
iceberg paranaense.
O PSOL, um
partido fundado, quase que exclusivamente por ex petistas, é justamente uma
reação a essa “escola” política de os fins justificarem os meios a todo o
custo.
O PSOL busca
na prática diária de seus membros e parlamentares um modo de coexistir de forma
coerente e ética com a política que aí está e como à princípio esperava-se que
o PT o fosse.
Mas o PT não
é e talvez o PT nunca tenha sido.
Mas fato é
que no PSOL encontram-se um grande numero de ex petistas traídos em suas
expectativas e que nas reuniões partidárias, tal qual um centro de terapia de
grupo, juntam-se e choram as suas mazelas.
Nada contra
determinados depoimentos que nos levem a reflexão de prevenir os mesmos no
futuro, mas o fato é que uns cem números de depoimentos pessoais não levam a
nada a não ser ao tédio e a desagregação.
Urge, caso a
possibilidade aconteça - de antigos parlamentares petistas baterem à porta do
PSOL em busca de abrigo partidário - criarem-se critérios de filiação que não levem
em conta apenas o desejo de adesão ao partido, mas também a prática parlamentar
anterior à desfiliação petista.
Ao acolher ex
petistas, principalmente parlamentares, objetivando apenas aumentar a bancada e militância, o Partido do
Socialismo e da Liberdade corre um grande risco de junto a eles incorporar
antigas práticas que foram abolidas pelo PSOL e assim, com o tempo, se
perder de seus compromissos iniciais de
transparência e ética.
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