
Presidente do STF já conta com o fato de que ao menos cinco ministros pensam diferente dele na questão dos embargos infringentes; ou seja, se metade do plenário decidir que cabe esse tipo de recurso no caso de Delúbio Soares - o primeiro a recorrer -, o placar de empate é favorável aos réus; sem contar que ainda seriam escolhidos novos relator e revisor, praticamente um novo julgamento, com grandes chances de vitória aos acusados
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| Por Brasil 24/7 |
Estando nas mãos de todos os
ministros, o caso pode terminar de forma favorável aos réus. Isso porque, na
especulação de Barbosa, é possível que ao menos cinco ministros não pensem como
ele. Ou seja, avaliam que esse tipo de recurso – usado quando o réu tem ao
menos quatro votos em favor de sua absolvição – é válido. Caso o placar termine
em empate, o ponto tem de ser em favor dos condenados.
A polêmica em torno desse tipo de
recurso se dá pelo fato de que ele consta do Regimento Interno do STF, mas de
acordo com Barbosa, não é mais previsto pela legislação. Na avaliação do
presidente do Supremo, pensar que os embargos infringentes são válidos
"seria o mesmo que aceitar a ideia de que o STF pudesse criar ou
ressuscitar vias recursais não previstas no ordenamento jurídico brasileiro, o
que seria inadmissível".
Como lembram em análise publicada
no Valor Econômico os jornalistas Raymundo Costa e Claudia Safatle, a demora no
processo faz com que a hipótese da impunidade seja real. Explica-se: se for
decidido que cabem os embargos infringentes, serão sorteados um novo relator e
um novo revisor para o processo. Barbosa, que relatou o caso do 'mensalão',
levou sete anos para estudar as mais de 50 mil páginas dos autos. Outro tempo
desse para um novo ministro pode levar à prescrição das penas aplicadas no
julgamento em 2012.
Leia abaixo alguns trechos da
análise do Valor Econômico a respeito do isolamento do presidente do STF,
intitulado "Joaquim Barbosa busca apoio contra isolamento", que cita
até uma suposta ameaça em torno da casa do ministro:
Barbosa sente-se numa luta
solitária e até mesmo ameaçado com o que parecem tentativas de intimidação,
como um carro preto, sempre com quatro ou cinco passageiros homens, que fica
dando voltas em torno de sua residência.
(...)
Barbosa se considera isolado. Em
poucos meses à frente do Supremo já bateu de frente com as três associações de
magistrados. Questiona privilégios da magistratura e o financiamento dessas
associações para a realização de seminários em resorts caros ou no exterior.
Precavido, permitiu a entrada da imprensa para registrar um encontro que teve com
os presidentes da associação de magistrados. Só não contava que eles levariam
seus vices para a reunião. Um deles elevou o tom de voz, iniciando um bate-boca
que terminou com Barbosa pedindo respeito ao presidente de um dos três Poderes.
Já era tarde, caíra na armadilha dos magistrados. Barbosa também teve um
bate-boca com um jornalista, reconheceu o erro e pediu desculpas em nota
oficial.
Barbosa é um juiz de
comportamento republicano. Recentemente recebeu um pedido de audiência do
advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no governo Lula e
defensor dos dirigentes do Banco Rural no caso do mensalão. Barbosa decidiu
conceder a audiência, marcada para segunda-feira, mas notificou a outra parte
na ação contra o mensalão: o procurador da República.
O atual presidente do Supremo, é
fato, personaliza o combate à impunidade. À imagem de um magistrado de pavio
curto, Barbosa identifica apoio da opinião pública. Por onde passa é
cumprimentado ou recebe pedidos para posar para fotografias. Até no exterior,
como aconteceu recentemente nos Estados Unidos com brasileiros residentes em
Nova York.
Apesar desse apoio, Joaquim
Barbosa rejeita a ideia de se candidatar a presidente da República. A
auxiliares já disse, em mais de uma ocasião, não ter "estômago" para
a política. Aos 58 anos, ele ainda tem 12 anos no Supremo, até atingir a idade
para a aposentadoria compulsória.
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