por José Silva
A prisão do tesoureiro do PT João Vaccari Neto nesta quarta
feira, 15 de abril,pelo esquema do Juiz Moro de criminalização do Partido dos
Trabalhadores fecha um ciclo bastante esclarecedor de como as empresas privadas
fazem suas “doações” a campanhas eleitorais e, ao mesmo tempo, inicia-se outro
que é a de juntar todos os fios soltos e uni-los ao Palácio do Planalto.
A nós resta a expectativa de que o tal juiz paranaense,
reúna provas contundentes de que de fato a campanha da presidenta Dilma
Rousseff tenha sido financiada com o dinheiro sujo de propinas e afins a tal
ponto que torne os pareceres do TSE e STF improcedentes.
A sim sendo, perde Dilma Rousseff o mandato e o PT o
registro partidário.
Talvez seja esse o propósito das investigações de Moro, ou
talvez sua intenção seja apenas sangrar o Partido dos Trabalhadores até a sua
morte eleitoral, como fazem certos predadores que ferem mortalmente a sua
pressa e esperam pacientemente que ela sucumba até a morte.
De qualquer forma e modo, o PT e sua infinidade de
parlamentares ficam aí a deriva em um partido próximo do naufrágio.
O PT de Dilma e principalmente de Lula pisou no prego do
clientelismo e fisiologismo que tão retoricamente combatiam e furou. Furou
deixando órfãos alguns milhares de militantes que entre o aturdido e o
incrédulo buscam se apoiar em outro partido político que os contemplem em toda
a sua complexidade.
Assim, neste contexto de morte anunciada, o PSOL – Partido
Socialismo e Liberdade – surge como uma opção provável e até desejável por
muitos que ficaram no barco petista até o seu naufrágio final deflagrado pelo
iceberg paranaense.
O PSOL, um partido fundado, quase que exclusivamente por ex
petistas, é justamente uma reação a essa “escola” política de os fins
justificarem os meios a todo o custo.
O PSOL busca na prática diária de seus membros e
parlamentares um modo de coexistir de forma coerente e ética com a política que
aí está e como à princípio esperava-se que o PT o fosse.
Mas o PT não é e talvez o PT nunca tenha sido.
Mas fato é que no PSOL encontram-se um grande numero de ex
petistas traídos em suas expectativas e que nas reuniões partidárias, tal qual
um centro de terapia de grupo, juntam-se e choram as suas mazelas.
Nada contra determinados depoimentos que nos levem a
reflexão de prevenir os mesmos no futuro, mas o fato é que uns cem números de
depoimentos pessoais não levam a nada a não ser ao tédio e a desagregação.
Urge, caso a possibilidade aconteça – de antigos
parlamentares petistas baterem à porta do PSOL em busca de abrigo partidário –
criarem-se critérios de filiação que não levem em conta apenas o desejo de
adesão ao partido, mas também a prática parlamentar anterior à desfiliação
petista.
Ao acolher ex petistas, principalmente parlamentares,
objetivando apenas aumentar a bancada e militância, o Partido do Socialismo e
da Liberdade corre um grande risco de junto a eles incorporar antigas práticas
que foram abolidas pelo PSOL e assim, com o tempo, se perder de seus
compromissos iniciais de transparência e ética
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